domingo, 21 de dezembro de 2014



Bem vindo Verão!!!



Sem deixar de agradecer as flores que a primavera me trouxe, quero agora orar pelo verão que se aproxima.
Que o calor canse meu corpo, para que ao diminuir a velocidade dos meus passos, eu possa encontrar mais paz na alma, perder a pressa que tanto me consome durante o ano inteiro. Encontrar calma no cansaço, e alegria no suor que escorre de meu trabalho.
Que eu possa após o justo merecimento, ter os pés na areia e os olhos no mar, para poder ouvir o som do mar, fazendo da brisa constante e fresca o doce de uma voz que me conduz ao silêncio, calmo e humilde, diante do milagre que nos cerca, e traduz em nossa vida, por mais dura que seja, uma dádiva divina.
Que eu possa ter alguns momentos para ver meus filhos correndo pela areia, como mensagem de que a vida segue, em frente, desafia o tempo, supera o passado, as vezes tropeça, mas se levanta, e cada vez menos vai ao chão, e se promete eterna enquanto durar.
Que ao chegar da noite quente, eu possa ter janelas para escancarar, sem medo, sem pavor, para sentir o ar entrando pela janela direto para os meus pulmões, enchendo de vida o peito cansado, mas perseverante pela vida nos descompassos que a vida batuca em nossos destinos. E que eu possa sorrir com as imagens do dia e esquecer um pouco das mil obrigações que assumi em detrimento da obrigação de valer a minha própria vida.
Que eu possa correr pelo sol em busca de alguma sombra, e no frescor de algum sombreiro de folhas largas, possa conversar com alguns amigos, num tagarelar preguiçoso e risonho, interrompido vez por outra pelo gole na cerveja gelada, ou pelo silêncio que o violão solicita. Que eu possa ouvir a voz serena do homem amigo, sem pretensão, pois onde a pretensão é ausente, também se ausenta a decepção.
E quando a nuvem encobrir o sol, que a chuva venha forte, para testemunhar o quanto foi grande o esforço da natureza para que pudéssemos estar aqui, as vezes desatentos à mais bela conspiração de coincidências inacreditáveis, prova incontestável de que Deus é por nós. E que em silêncio eu possa orar para agradecer a Deus todo o presente, presente enquanto tempo, e presente enquanto o mais belo pacote que nós é entregue quando abrimos os olhos pela primeira vez na vida.
E quando março chegar, ao primeiro vento mais frio, que eu possa entender que vez por outra é preciso renunciar para merecer. Às vezes é preciso partir para ter o direito de estar presente, pois o milagre da vida deve cumprir seus ciclos, tal qual o verão, e então deveremos dar espaço para o que vem depois, cruzar o chão de folhas secas, depois buscar o calor do fogo de uma lareira, até que o cheiro das flores no final da primavera, anuncie que outro verão se aproxima, cumprindo a promessa, o ciclo, o milagre, e celebrando a vida.

terça-feira, 11 de novembro de 2014



Cântico IV - Cecilia Meirelles

“Tu tens um medo:


Acabar.

Não vês que acabas todo dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.”

(poema pertencente ao livro Cânticos, de 1927)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014


Um amor bonito


Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.


Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva,mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos,belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.


Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reinvindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.


Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?

De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança.E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre.

Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.


Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos) :não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.


Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade;não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração;contar a verdade do tamanho do amor que sente.

Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.


Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor,ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito(a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.


Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.


(Artur da Távola)

domingo, 9 de novembro de 2014

Palavras

Um clique,  uma conversa, descobertas, amizade, curiosidade, conquista..."Não faz assim que eu posso até me apaixonar".
Encontro, adrenalina, Serra da Cantareira, chocolate quente, primeiro beijo.
Faculdade, amigos, primos, tios, família, baladas, viagens, amor.
Sítio, reformas, construção,  trabalho, praia dos sonhos, praia dos pescadores, Igreja de Itanhaém.
Conquistas, dificuldades, sorrisos, lágrimas, teste de gravidez, pai, mãe.
Perfumes, sabores, sentimentos.
Apartamento, móveis, emprego, bebê, economias.
Fraldas, leite, surpresas, sorrisos, mais amor.
São Judas, "Rezem sempre de mãos dadas! ". Festa, clube, música, benção de Deus.
Porto de Galinhas, peixe na telha, pôr do sol, Ubatuba, Paraty, luz de velas, chuva, sol, mergulho.
Dificuldades, força, união, câncer, morte, infarto, amizades, gratidão, diabetes, depressão, fé.
Crescimento, confiança, companheirismo, outro bebê.
Alegria, luz, vida.
Bahia, Argentina, Búzios, Cristo redentor, mãos dadas sempre.
Ibirapuera, luzes, natal, banho de chuva.
Quantas palavras soltas...com tanto a dizer, e o que sobrou se resume em uma apenas...
...Saudade.



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O verdadeiro valor




É importante darmos valor a nós mesmos, somos a soma de coisas certas e erradas que fizemos durante muito tempo, somos a consequência de nossas atitudes de outrora.
Só conseguimos nos valorizar quando aprendermos a nos amar, nos aceitar, nos perdoar pelos nossos erros.
Acontece que os valores estão invertidos... nos dias de hoje você terá valor se tiver coisas... se ganhar, se for o primeiro,  você terá valor enquanto for bom e útil.
Os dias estão mais curtos e as horas passam atropelando tudo, perdemos o valor das pequenas coisas, nos perdemos uns dos outros, não valorizamos nem os nossos sonhos, só estamos fazendo parte dessa engrenagem que não para nunca e aí, não importa quantas vezes tenha caído e nem o quanto tenha se machucado.
É preciso se reconectar com a vida, dar valor ao amanhecer, as flores, a família, as estrelas, ao mar, valorizar a chance que temos de viver.
A vida não para pra você ter um tempo de se refazer, juntar os pedaços, organizar o pensamento, equilibrar as energias, tudo te atropela, as pessoas te cobram o trabalho, a disposição, o sorriso no rosto, mesmo que você esteja sangrando por dentro.
Não somos perfeitos, mas na nossa imperfeição, temos valor diante da vida e diante do universo.
Dê valor a sua vida, valor ao seu tempo, as pessoas que estão ao seu lado, aprenda a ouvir, a falar e a calar, não perca a chance se ser especial pra sí mesmo e para os outros.
É chegada a hora e levantar a cabeça e seguir em frente e se você se conectar, aprender a  se amar, nada e nem ninguém poderá te dar menos valor do que você dá a sí mesmo.  

     

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Nossas feridas


Durante nossa vida, as vezes ferimos pessoas que amamos e as vezes somos feridos.
Algumas feridas são superficiais e se curam rapidamente, outras ficam marcadas na nossa alma e nos transformam.
Formam cicatrizes na nossa personalidade e a partir daí, temos medo de nos machucarmos novamente e com o medo não deixamos que outras pessoas se aproximem de nós.
Quando lembramos dessas feridas, sentimos dor, então deixamos de lado com um curativo, fingimos que esquecemos, tapamos com o silêncio e com a passagem dos dias e a rotina.
No fundo sabemos que um dia teremos que acessa-las e retirar o curativo para ver o que ficou. Podemos encontrar uma ferida menor do que era, já quase cicatrizada , podemos encontrar uma úlcera, que percebemos que não devíamos ter deixado tanto tempo sem cuidar.
A verdade é que chega a hora de cuidarmos das nossas feridas.
Ressentimentos e mágoas costumam agravar as dores, são feridas que se curam de dentro para fora, e cabe ao nosso pensamento e ao nosso coração o poder da cura ou a piora da profundidade da ferida.
No fundo, todos sabemos curá-las.
Basta semearmos o amor puro na nossa vida, no nosso coração e pararmos de sentir medo e pena de nós mesmos, o poder está dentro de nós.
Deus deu a mesma semente de amor a todos, a diferença está na maneira que você escolhe planta-la.      

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O elogio da abelha


Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as azas doradas pelo Sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar pequena provisão de recursos para elaborar o mel.
A mosca arrogante aproxima-se e falou, vaidosa:
- Onde você surge, todos fogem. Não se sente indesejável? O seu aguilhão é terrível.
- Sim - disse a abelha com desapontamento -, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também minha morte.
- Mas não pode viver com mais distinção e delicadeza?
- Tornou a mosca - Por que ferrotear, a torto e a direito?
A abelha respondeu:
- Não minha amiga, não é bem assim, Não sinto prazer em perturbar, é que quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo as vezes a própria vida.
A mosca replicou:
- Creio, porém que se você tivesse modos diferentes...se polisse as asas para que brilhassem à claridade solar... Se você vestisse as cores iguais as minhas, talvez não precisasse alarmar ninguém, pessoa alguma lhe recearia a intromissão.
A abelha respondeu:
- não posso despender muito tempo em tal assunto...
- O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões. A produção do mel indispensável ao sustento de nossa colmeia, e necessária a muita gente, não me deixa tempo para cuidados comigo mesma.
A mosca continuou sua provocação:
- Repare! Suas patas estão em lastimável estado. Isso é relaxamento! - E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.
Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetram no recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou nervosa tocando a abelha para fora pela janela:
- Cuidado com a abelha! Ela fere sem piedade!!!
Passou a mosca a exibir-se voando despreocupada, e as senhoras disseram:
- Olha...parece uma joia, que maravilha de cores!
A mosca preguiçosa planou...planou e encaminhou-se para a copa...nas comidas, deitou varejeiras na massa dos pasteis, infectou pratos diversos, pousou na cabeça da criança, infectando certa região que se achava ligeiramente ferida.
Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda família. A encantadora mosca verde-azul deixara imundice e enfermidade por onde passara.

Quantas vezes sucede isso mesmo, em plena vida?
Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, a primeira vista, ou que dizem verdades doloridas, que, a maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir suas obrigações que lhes cabem, em favor de todos; e há muita gente de apresentação brilhante, e palavras falsas, como a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas as larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.


( Neio Lucio - psicografado por Francisco Cândido Xavier)

"A abelha fazendo o mel, vale o tempo que não voou".      
   

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O que afinal eu estou fazendo aqui?



"Os dois dias mais importantes da sua vida são: O dia em que você nasceu e o dia em que você descobre o porquê." ( Mark Twain)


Li essa frase no início de um filme, no cinema, essa semana e confesso que perdi as primeiras cenas do filme pensando no seu significado.

Porque estamos aqui? Esse questionamento envolve a humanidade há tempos.
Somos peças de um jogo, jogado ao acaso?
Estamos aqui para aprender? Sofrer? Ser feliz? Evoluir?

Sabemos que nossa evolução deve ser individual. Deus deu a vida para cada um cuidar da sua, então porque passamos grande parte do nosso tempo preocupados em encontrar alguém?
Não deveríamos ter mais tempo para desenvolver nossas habilidades, evoluir, estudar?
Fazemos isso por nós mesmos ou para os outros?  Pra impressionar os outros, pra crescer no emprego e ganhar mais, ter poder...pra...pra que? Pra mostrar para os outros?
Quanto de verdade usamos do nosso "poder" pra mudar a vida de alguém? Faze-la melhor? Ajudar os outros?

Você já ouviu a frase: "quer conhecer um homem, dê poder a ele!"
O que você faria se tivesse muito poder?

Muitos de nós partiremos dessa vida sem descobrir o porque aqui viemos. Isso é frustrante!
Não temos tempo pra pensar nessas coisas, bobagem!
Corremos no dia a dia tentando impressionar as pessoas, preocupados com a imagem que os outros fazem de nós.

E os poetas afirmam: "É impossível ser feliz sozinho"!
E os solteiros são fardados a serem infelizes.
As habilidades de amar, conviver, respeitar o outro, devem ser desenvolvidas. Aprendemos muito com as outras pessoas.
Os relacionamentos devem ser com respeito a individualidade e ao aprendizado do outro, deixando que o outro tenha espaço e liberdade de ser quem é, de descobrir o que veio fazer aqui e fazer, cumprir sua missão, ou então teremos perdido uma grande oportunidade porque estamos preocupados em estar com alguém!

Faça da sua vida uma grande missão, deixe legados, faça valer a pena, não pense que você veio até aqui pra passear, ser um adolescente tardio na terra de Peter Pan.
Assuma a responsabilidade que a vida te oferece, seja consciente do seu papel no mundo. Os momentos de alegria e prazer sempre nos brindarão ...Temos um céu forrado de lindas estrelas, a lua, o mar, as flores. Temos tudo o que precisamos.

"O sol nasce pra todos, mas sombra só pra quem fizer por merecer."


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Minha inquietação


Sou inquieta, ansiosa não gosto de esperar.
Aproveito as horas do meu dia e valorizo cada minuto, não gosto de planos a longo prazo, gosto do que posso resolver hoje, gosto de viver o presente.
Meu tempo me cobra.... ele é exigente.
Exige que eu seja feliz, exige que eu resolva minhas questões...cobra na minha cabeça e no meu coração que palpita...como um relógio contando os segundos que passam....passam

Recebemos o tempo do nosso dia como um presente de Deus, 24 horas preciosas, que podemos agir, perdoar, amar, aprender, cultivar, trabalhar, aproveitar com os amigos, curar mágoas, chorar.

Como você mede o tempo da sua vida? Em coisas que aprendeu? Em amigos que fez? Em vezes que se apaixonou? Em dinheiro que ganhou? Em vezes que foi ao mar?
Será preciso desacelerar! Mudar a contagem do meu tempo, das horas para poder entender o tempo dos demais.
Sofrer com o silencio das horas. O tempo pra quem espera é eterno...Minha inquietação é com a quietude.
Mas na natureza as coisas então em movimento o tempo todo, o tempo de nascer, de crescer, de envelhecer e de partir.
Apos a partida o tempo muda...o relógio não faz mais sentido, a contagem de tempo é outra...o relógio da vida anda pra trás pra frente e recorda o que fizemos e o que não fizemos...do nosso tempo.

Temos todos os dias um página em branco que Deus nos dá  para escrevermos nossa história.
E do nada, você de repente resolve tomar uma atitude, agir e as coisas acontecem, coisas boas, coisas ruins, mas coisas que serão aprendizagens na vida...

Devo esperar que o tempo resolva tudo? Ele é o melhor conselheiro...o tempo?
Não acredito que o tempo tenha poder de resolver nada, acredito que o poder de resolver é nosso, nós é que temos tempos diferentes.
Pra respeitar o tempo da vida e da natureza, preciso ocupar o meu... escrevendo, aprendendo a tocar,  lendo, dançando, só não me peça pra ficar parada, esperando, porque aí meu tempo não passa e a ansiedade volta...ansiedade: ansia de viver!!!
Quem é ansioso...na verdade conta o tempo de forma diferente, conta de acordo com o compasso do coração  e com a fração de vida que vive. Não com os ponteiros do relógio.




terça-feira, 23 de setembro de 2014


É o nó no meu cabelo.
O esmalte descascado na minha unha, as olheiras no meu rosto, as mudanças no meu corpo.
É o brinquedo na gaveta de roupas, o amassado nas páginas do meu livro, o rasgado no meu caderno de anotações.
É o melado no controle remoto, o canal de desenho na televisão, o filme no DVD.
É o farelo no sofá, as tesouras no alto.
É o backup no computador, o mouse escondido,as cadeiras longe da janela.
É a marca de mão nos móveis, o embaçado nos vidros, o desfiado nos tecidos.

É o ventilador desligado, a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
É o coque na minha cabeça, o amarrotado nas roupas, as frutas fora da fruteira.
É o meu shampoo cheio de água, a espuma no chão do banheiro, o brinquedo dentro da privada.
É o protetor de interruptor nas tomadas. É o peixe no aquário, a árvore de natal, os "pisca-pisca" de todas as casas.
É o círculo, o susto....A primeira visão da lua no começo da noite....
O valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
É o aperto no meu peito diante de uma escada,a ausência de sono diante de uma febre.é o meu impulso, o meu reflexo, a minha velocidade.
O cheirinho no meu travesseiro, o barulho,a metade, o azul.
É o vazio triste no silêncio de dormir, o meu sono leve durante a noite, é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
A minha pressa de levantar da cama, a minha espera de bom dia, é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
É meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu respeito pelas pessoas, o meu amor por Deus.
O meu ontem, o meu hoje, o meu amanhã, a vontade, a inspiração, a poesia.
A lição, o dever. É a presença, a surpresa a esperança.
A minha dedicação. A minha oração. A minha gratidão.
O meu amor mais puro e bonito...A minha vida!
( Por uma mãe)